Ainda que a coleção En Voyage Perfumes se caracterize principalmente por viagens olfativas alegres e tropicais, dominadas por sobremesas elaboradas, flores frescas e frutas cítricas de dar água na boca, ela não se resume somente a isso. E Shelley se mostra versátil e mais interessante ainda quando compõe temas que se afastam desse colorido tropical e vão em direções misteriosas, comtemplativas, que trazem, como Makeda, o passado de volta com a qualidade que ele deveria ter. Poéte de Carmel é um desses momentos clássicos de mistério, de qualidade e harmonia pura em um aroma tão melódico que desperta o interesse em ouvir cada uma de suas palavras. A sua homenagem ao poeta Robinson Jeffers e a sua torre de pedra produz um interessante contraste entre cheiros minerais e rústicos e uma melodia floral licorosa e canforada. Classifícá-lo como um fougere é reduzir a beleza e complexidade de um perfume que tem marcantes traços florais e chypres. Sua poesia e viagem se revela pela saída herbal, aromática, que trabalha os aromas cítricos explorando seu aspecto mais verde e azedo, que contrasta bem com cheiro das folhas que provém dele. Há essa noção de um ambiente rústico, campestre, porém cercado de belos jasmins, lírios e muguets, que conferem uma tonalidade floral doce, primaveril ao cenário mineral e cinzento que se forma na saída fougere dessa nossa viagem olfativa. E entre flores, ervas e aromas cítricos há uma intrigante combinação de patchouli e musgo, que surpreende por evocar o aroma de um licor de rosas sem sequer utilizá-las. Esse tom licoroso intriga o nariz do começo ao fim, sempre retorno ao foco em momentos diferentes, com mais destaque para a base, onde ele se intensifica em meio ao aroma ambarado, ao terroso quente do musgo e ao cheiro amadeirado seco do vetiver. Poéte de Carmel é uma poesia sóbria e harmônica, uma viagem por ventos frios e paisagens aromáticas rústicas, um aroma que esbanja bom gosto pela sua harmonia misteriosa, um pouco tímida e cheia de detalhes a serem descobertos.
25 de jul. de 2011
Poéte de Carmel - En Voyage Perfumes Avaliação/Review
Ainda que a coleção En Voyage Perfumes se caracterize principalmente por viagens olfativas alegres e tropicais, dominadas por sobremesas elaboradas, flores frescas e frutas cítricas de dar água na boca, ela não se resume somente a isso. E Shelley se mostra versátil e mais interessante ainda quando compõe temas que se afastam desse colorido tropical e vão em direções misteriosas, comtemplativas, que trazem, como Makeda, o passado de volta com a qualidade que ele deveria ter. Poéte de Carmel é um desses momentos clássicos de mistério, de qualidade e harmonia pura em um aroma tão melódico que desperta o interesse em ouvir cada uma de suas palavras. A sua homenagem ao poeta Robinson Jeffers e a sua torre de pedra produz um interessante contraste entre cheiros minerais e rústicos e uma melodia floral licorosa e canforada. Classifícá-lo como um fougere é reduzir a beleza e complexidade de um perfume que tem marcantes traços florais e chypres. Sua poesia e viagem se revela pela saída herbal, aromática, que trabalha os aromas cítricos explorando seu aspecto mais verde e azedo, que contrasta bem com cheiro das folhas que provém dele. Há essa noção de um ambiente rústico, campestre, porém cercado de belos jasmins, lírios e muguets, que conferem uma tonalidade floral doce, primaveril ao cenário mineral e cinzento que se forma na saída fougere dessa nossa viagem olfativa. E entre flores, ervas e aromas cítricos há uma intrigante combinação de patchouli e musgo, que surpreende por evocar o aroma de um licor de rosas sem sequer utilizá-las. Esse tom licoroso intriga o nariz do começo ao fim, sempre retorno ao foco em momentos diferentes, com mais destaque para a base, onde ele se intensifica em meio ao aroma ambarado, ao terroso quente do musgo e ao cheiro amadeirado seco do vetiver. Poéte de Carmel é uma poesia sóbria e harmônica, uma viagem por ventos frios e paisagens aromáticas rústicas, um aroma que esbanja bom gosto pela sua harmonia misteriosa, um pouco tímida e cheia de detalhes a serem descobertos.
Postado por
Henrique/Rick


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